A formação da Indústria Brasileira de Árvores (Ibá) vai permitir a duplicação da base florestal brasileira para 14 milhões de hectares até 2020
“Juntamos os interesses e o capital, e as empresas já estão discutido o programa de expansão florestal”, diz Elizabeth
A formação de uma nova associação para representar o setor de produtos de base florestal plantada – a Indústria Brasileira de Árvores (Ibá) – permitirá a duplicação da base florestal brasileira para 14 milhões de hectares até 2020. Unindo quatro associações e 70 empresas, a nova entidade agrega hoje 7,2 milhões de hectares de árvores plantadas, e uma receita bruta de R$ 60 bilhões.
“Juntamos as agendas, os interesses, o capital, e as empresas já estão discutido o programa de expansão florestal. Isto só é possível com as indústrias unidas”, disse Elizabeth de Carvalhaes, presidente executiva da Indústria Brasileira de Árvores, em evento para o anúncio da criação da entidade.
Juntas, a Associação Brasileira da Indústria de Painéis de Madeira (Abipa), a Associação Brasileira da Indústria de Piso Laminado de Alta Resistência (Abiplar), a Associação Brasileira dos Produtores de Florestas Plantadas (Abraf) e a Associação Brasileira de Celulose e Papel (Bracelpa) têm projetos de investimentos em carteira que somam R$ 53 bilhões entre 2012 e 2020.
Nestes projetos estão incluídas as metas das empresas de ampliarem a produção de celulose no Brasil de 15,1 milhões de toneladas para 22 milhões de toneladas; a de papel de 10,4 milhões de toneladas para 13 milhões de toneladas; além da produção de painéis de madeira de 7,9 milhões de metros cúbicos para 14 milhões de metros cúbicos.
A expansão produtiva será direcionada tanto para o mercado externo, quanto o interno. “A expansão da classe média brasileira e o crescimento da população estimulam a demanda no Brasil. No mundo, vai faltar madeira no futuro”, explicou Elizabeth, que até agora presidia a Bracelpa. No ano passado, as empresas que compõem a entidade, juntas, exportaram US$ 8 bilhões, o que equivale a 3% do total das exportações do país.
Segundo anunciaram ontem os representantes da nova entidade, o objetivo da união é ter na floresta “o grande vetor econômico” dos negócios das empresas e buscar maior competitividade do setor.
“Estas empresas partem da mesma matéria-prima: a floresta plantada. Há vantagens em trabalhar juntas, como ter um só interlocutor e presença física em Brasília, consolidar o diálogo com o governo para levar propostas de políticas públicas”, disse a executiva.
Na agenda da nova associação para 2014 estão incluídas as negociações para que a desoneração da folha de pagamentos seja prorrogada para além de 2014 – o governo planeja o fim do benefício para dezembro deste ano -, a redução da tributação, a melhoria da infraestrutura. Também devem ser discutidos o aumento das compras governamentais – com preferência por madeira, papéis, embalagens de papel, papel cartão e reciclados nacionais – além da busca por uma maior fiscalização e controle das aplicações do papel imune.
Com foco para uso editorial, esse tipo de papel tem isenção fiscal, mas algumas empresas consumidoras têm sido questionadas pela prática de desvio de utilização do produto imune, o que provoca competição desleal neste mercado.
“Temos um novo setor industrial agora. Ele unifica a base floresta plantada do Brasil e faz com que tenhamos mais sinergia”, concluiu a executiva, no evento.