Movimentos e organizações sociais brasileiras, entre elas o Grupo Carta de Belém (GCB), entregaram uma carta ao presidente Lula neste sábado (2 de dezembro), durante a COP 28, que acontece em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos.
No documento, as organizações se comprometem em construir um amplo processo autônomo da sociedade civil organizada chamado Cúpula dos Povos na COP 30 – a 30ª edição da Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas, que acontecerá em 2025, no Brasil.
A entrega da carta em Dubai contou com a presença de cerca de 130 representantes de organizações sociais brasileiras. Além do presidente, estavam presentes a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, a ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, e o governador do Pará, Helder Barbalho (MDB).
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Abaixo, reproduzimos o texto da carta:
Rumo à Cúpula dos Povos da COP 30
Nós, movimentos sociais e sindicais, redes, organizações de representações de mulheres,
povos indígenas e tradicionais, da Amazônia brasileira e de outros biomas brasileiros abaixo
assinados, estivemos reunidos em Brasília, nos dias 31 de outubro e 01 de novembro, e
decidimos construir um amplo processo autônomo da sociedade civil organizada denominado
Cúpula dos Povos da COP 30.
A Cúpula dos Povos da COP 30 reunirá centenas de organizações da sociedade civil
demandando uma agenda comum socioambiental e climática do governo brasileiro e do
restante do mundo. Como próximos passos ampliaremos esse processo e será divulgado um
calendário de lutas e atividades com vista a essa construção de unidade na diversidade.
Reconhecemos os processos históricos e existentes de construção da convergência popular
na Pan-Amazônia e da solidariedade entre os povos do mundo frente aos impactos da crise
climática e que os mesmos não chegam da mesma forma para todes.
Vivemos uma conjuntura de grandes desafios num contexto de crise ecológica, climática e
civilizacional da atualidade. Frente ao avanço da extrema direita no mundo e contradições
que ainda persistem entre outras vertentes políticas, o debate climático é especialmente
crucial do ponto de vista da construção de lutas comuns e para o avanço no processo de
interconexões entre os movimentos sociais, redes e alianças da sociedade civil.
Trabalharemos nos próximos dois anos para que essa Cúpula dos Povos dê seguimento aos
processos históricos de lutas populares latinoamericanos e para que a COP 30, que ocorrerá
no Brasil em 2025, seja um marco para o enfrentamento da profunda desigualdade
socioambiental e do racismo estrutural que vivemos e para o avanço de políticas comuns
frente a crise climática.
Assinam:
Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB)
Associação Brasileira de Organizações Não Governamentais (ABONG)
Articulação de Mulheres Brasileiras (AMB)
Articulação Nacional de Agroecologia (ANA)
Articulação de Agroecologia da Amazônia (ANA Amazônia)
Assembleia Mundial pela Amazônia (AMA)
Campanha Nacional em Defesa do Cerrado
Central Única dos Trabalhadores (CUT)
Coalizão Negra por Direitos
Comissão Nacional de Fortalecimento das Populações Extrativistas (CONFREM)
Comitê Brasileiro de Defensores e Defensoras de Direitos Humanos (CBDDH)
Conselho Nacional de Juventudes pelo Clima e Meio Ambiente (CONJUCLIMA)
Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (COIAB)
Coordenação Nacional de Articulação de Quilombos (CONAQ)
Confederação Nacional dos Trabalhadores da Agricultura Familiar (CONTRAF)
Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (CONTAG)
Frente Brasileira contra o Acordo UE-Mercosul e EFTA-Mercosul
Fórum Brasileiro de ONGs e Mov Sociais para Meio Ambiente e Desenvolvimento (FBOMS)
Fórum Mudanças Climáticas e Justiça Socioambiental (FMCJS)
Fórum Social Pan-Amazônico (FOSPA)
Grupo Carta de Belém (GCB)
Grupo de Trabalho Amazônico (GTA)
Marcha Mundial das Mulheres (MMM) – Brasil
Movimento Escazu Brasil
Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB)
Movimento de Mulheres Camponesas (MMC)
Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA)
Movimento pela Soberania Popular na Mineração (MAM)
Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST)
Movimento dos Trabalhadores/as Sem Teto (MTST)
Rede Brasileira de Justiça Ambiental (RBJA)
Rede Brasileira pela Integração dos Povos (REBRIP)
Rede Cerrado
Rede Mata Atlântica
Rede Eclesial da Pan-Amazônica (REPAM)
Rede Nacional de Povos e Comunidades Tradicionais (RNPCT)
Observatório do Clima (OC)
União Nacional dos Estudantes do Brasil (UNE)
Teia Carta da Terra Brasil
Via Campesina Brasil
Grupo Carta de Belém (GCB)